O autismo e a Seletividade Alimentar: O que é e como ajudar?

As crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) podem apresentar padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, que também podem afetar diretamente seus hábitos alimentares, resultando em desinteresse e recusa para alimentação.

Uma pesquisa realizada pela University of Massachusetts Medical School, mostrou que 67% das crianças autistas pode apresentar seletividade alimentar. A pesquisa mostrou ainda que entre os fatores de seletividade alimentar mais relatados estão a textura, a aparência, o sabor, o cheiro e a temperatura dos alimentos.

Vale lembrar que outros motivos podem estar associados, tais como o atraso de habilidades motoras orais, que demanda esforço na mastigação; padrões comportamentais rígidos e insistência em rotina inflexível (ex. comer somente em determinados lugares ou na presença de pessoas específicas); e até mesmo comorbidades alérgicas ou gastrointestinais, que podem causar desconforto e intolerância. 

O autismo e a seletividade alimentar

É comum que crianças com autismo apresentem seletividade alimentar. Isso pode incluir a recusa por certos tipos de alimentos, um repertório restrito ou até mesmo uma preferência exclusiva por apenas um tipo de alimento.

Como resultado, alimentam-se com uma dieta mais restrita, o que pode afetar principalmente a ingestão de micronutrientes, como vitaminas e minerais. 

Além disso, também é comum observar seletividade alimentar gerada por uma dificuldade sensoriomotora, que causa falta de habilidade para mastigar.

Existe tratamento para a seletividade alimentar?

O tratamento da seletividade alimentar deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar, formada por fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo, que realizará uma avaliação para determinar a melhor maneira de tratar. 

Em geral, a conduta terapêutica emprega a exposição gradual da criança a diferentes estímulos táteis e contato com as diversas texturas, além de treino motor e introdução de novos alimentos. Durante a estimulação também são trabalhados outros sistemas sensoriais tais como olfato, visão, audição e paladar.

Além disso, é importante que a família participe, para que possam reproduzir essa interação em casa.

Agora que você já sabe que crianças com TEA podem apresentar dificuldade em introduzir alimentos novos, confira algumas dicas que podem ajudar nesse momento: 

  • Ofereça um ambiente calmo e agradável em família para que a criança possa observar outras pessoas se alimentando.
  • Apresente os alimentos de uma forma divertida, para que ela se familiarize com odores, temperatura e texturas da comida.
  • Chame seu pequeno para ajudar você na hora de preparar a refeição e deixe ele tocar nos diferentes alimentos.
  • Insista, mas não forçe. Mesmo que a criança não coma, continue oferecendo sempre. Se comer apenas um pedaço, comemore a conquista.

O mais importante nesse processo é ter calma, incentivar a criança a comer e, principalmente, respeitar o tempo dela. Ficou com alguma dúvida sobre seletividade alimentar? Entre em contato com a nossa equipe, será um prazer ajudar! 

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