Uma das dúvidas mais comuns sobre o Transtorno do Espectro Autista é a questão sobre como é definido o diagnóstico. Isso porque, não existem exames laboratoriais ou de imagem, como exame de sangue ou tomografia, por exemplo, que determine se aquele paciente está ou não no espectro do autismo.
Mas então como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é realizado por uma avaliação clínica, podendo ser feita por uma equipe interdisciplinar, contando com um médico (neuropediatra, psiquiatra infantil, pediátra), fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, dentre outros da área da saúde.
Ou seja, o diagnóstico é pautado na análise dos indicadores de desenvolvimento, do comportamento, de acordo com os manuais CID11 (Classificação internacional de doenças) e DSM5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders )
Confira as características observadas em avaliação para possível diagnóstico de autismo:
- Déficit na reciprocidade sócio emocional;
- Déficit nos comportamentos comunicativos não verbais ;
- Déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos (brincar, fazer amigos e ausência de pares);
- Padrões restritos e repetitivos de comportamentos;
- Ausência de contato visual;
- Déficit na área de linguagem.
Vamos falar sobre os testes para diagnóstico do TEA?
Sabemos que o diagnóstico de autismo se dá através de observações das características comportamentais e relato de cuidadores (pais, avós etc). Os instrumentos iniciais se fazem necessários para uma coleta de dados mais confiável, podemos contar com escalas e avaliações validadas para o diagnóstico.
Com objetivo de rastrear o diagnóstico, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), indica ao pediatra o uso da escala Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), como instrumento de triagem inicial.
O M-Chat não é uma escala de diagnóstico e sim de triagem, exclusivo para identificar sinais ainda precoces. Pode ocorrer da escala indicar como resultado risco para autismo e, ainda assim, não fechar para o diagnóstico de TEA, indicando um falso positivo.
Para tanto foi acrescentado o Questionário Modificado para a Triagem do autismo em crianças entre 16 e 30 meses, revisado, com Entrevista de Seguimento (M-CHAT-R/F), a fim de refinar e especificar o diagnóstico em TEA.
Um protocolo elaborado por pesquisadores brasileiros, o Protocolo de Avaliação para Crianças com Suspeita de Transtornos do Espectro do Autismo (PROTEA-R), é utilizado com crianças entre 24 e 60 meses de idade, trata-se de um instrumento de avaliação não verbal, no qual o avaliador interage com a criança por meio de brincadeiras.
Protocolos como MCHAT, ADI-R, ADOS e PROTEA-R são essenciais na confirmação do diagnóstico do TEA.
Ainda que existam padrões de comportamentos no TEA, os testes e entrevistas, associados aos métodos de análise que identificam esses padrões, constituem uma visão ampliada para um diagnóstico mais preciso e também para que o profissional possa indicar o tratamento ideal para aquele paciente.
Leia também: Autismo: o que é, causas, níveis e características
É importante ressaltar que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista deve considerar o indivíduo em suas especificidades. Caso seu filho apresente características comportamentais do espectro, busque ajuda especializada para auxiliar no diagnóstico e iniciar o tratamento.
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